Conto: Não fique com medo.

Não fique com medo
Seria o primeiro fim de semana de Joana e Betto na casa nova. A convivência com os pais dela estava intragável. A relação entre os sogros e o genro vivia na corda bamba desde o início do relacionamento. Betto era um rapaz simples, ainda estudava e trabalhava de entregador de pizza para pagar os estudos. Mas a mãe, de uma família em que o dinheiro não era uma preocupação, reprovava o namoro da filha com um rapaz mais pobre. Eles tinham medo que Betto não desse a ela tudo o que estava acostumada a ter, embora admitissem o bom caráter, a educação, a ambição, a inteligência e o amor explícito que ele nutria pela filha. Esse pensamento, contudo, vinha mais da mãe dela, que por querer a filha feliz via o rapaz com outros olhos. Já o pai, logo no primeiro contato não gostou de Betto e apostava que ele acabaria com a vida de sua única filha. Insatisfeitos com a implicância dos dois, decidiram morar sozinhos. Quando a estabilidade financeira estivesse garantida, iriam se casar e teriam filhos. Joana era apaixonada por crianças.
A ideia veio de Joana, que preferia morar longe dos pais a sentir raiva deles, já que sua mãe, com o tempo mudou a opinião sobre Betto. Ele a avisou que ainda não tinha condições de pagar uma casa que a namorada realmente merecia, mas Joana o lembrou que já procurava emprego e como iria iniciar o curso de Direito e conhecia muita gente de renome na cidade, em breve seria chamada para algo. Por enquanto, viveriam de aluguel em uma casa distante, no bairro das Nozes, um dos mais humildes da cidade, conhecido por ter uma vizinhança suspeita e ruas soturnas. Andar sozinho por essas bandas, especialmente à noite, não era aconselhado para quem dava valor à vida e aos seus bens materiais. E naqueles meses, a cidade enfrentava um problema de energia em alguns perímetros, ou seja, do modo mais súbito se apagava tudo e sem prazo para o retorno da eletricidade. A procura por velas e lanternas nos comércios da cidade subiu bastante. Na casa nova de Joana e Betto também não faltavam essas emergências. O maior pavor de Joana era ficar sozinha. No escuro, o pavor era ainda pior. Mesmo quando morava com os pais, em bairro nobre e uma casa iluminada, ela evitava ficar só.
Como Betto trabalhava de quinta-feira ao domingo no turno da noite, Joana ficava na casa de sua amiga Rita até a hora que o marido - era como o chamava por morarem juntos - a buscasse e voltasse com ele. Rita morava numa rua não tão distante aos pais de Joana, e assim que Betto saía da pizzaria buscava a esposa de moto, mas naquele sábado era noite de folga dele. O casal selecionou alguns filmes de terror para assistir, com pipoca, chocolates e um vinho. Betto tinha segundas intenções com Joana e o vinho iria apimentar a madrugada dos dois. A noite, enfim, começou com o terror de “Invocação do Mal 2". Ambos estavam ansiosos para assistir. Contudo precisavam estar juntos, pois Joana não assistia filmes de terror sem companhia e exigia as luzes acesas. Betto, já acostumado com a esposa medrosa, não se incomodava em assistir filmes de horror na claridade, embora achasse que ficava mais alucinante na escuridão.
Joana se divertia com filmes de terror, mas não admitia ficar sozinha. Enquanto assistiam “Invocação do Mal 2”, apertava a mão de Betto com força nas cenas de susto e pedia desculpas a ele logo depois, com um beijo nos lábios. Até nas cenas consideradas mais leves, Joana se apavorava com as assombrações da bruxa ou com o demônio no corpo dos personagens. O filme acabou e só então Betto quis abrir o vinho. Cada um pegou uma taça e quando ele se posicionou para abrir a garrafa, o celular dele tocou. Era o gerente da pizzaria.
- Betto, preciso de você aqui com urgência!
- Ham? Mas, seu Tali, hoje é meu sábado de folga.
- Eu sei, Betto. Mas todos os outros faltaram. O Paolo foi atropelado por uma bicicleta vindo pra cá! Dá pra acreditar?
- Dá, sim. Tapado daquele jeito... – com esperanças, perguntou. – E o Marcus?
- Aquele azarento tá com catapora!
- Azarento mesmo... E eu também. – olhava penalizado para Joana, que se desesperava com a conversa de Betto com seu gerente. Ficou acertado que ele receberia 50% a mais pela noite de folga e para não deixar o chefe na mão, confirmou a oferta.
- Não me diz que... – Joana começou, agoniada.
- Não tive outro jeito, amor. Eu vou ter que ir pra pizzaria. – contou, correndo pegando a chave da moto.
- Pizzaria? Mas hoje é sua folga, Betto! Você tá me zoando, né?!
- Não. Mas oh... Só restam mais duas horas de trabalho. Não vou demorar. – correndo para o banheiro. Ele escovava os dentes enquanto Joana o cercava de argumentos para que ele desistisse de ir trabalhar.
- Betto, além de ser injusto te chamarem pra trabalhar no seu dia de folga, às dez da noite, você sabe muito bem que eu não gosto, não suporto, odeio ficar sozinha! E nem adianta você querer que eu vá pra casa dos meus pais ou da Rita, porque eu não vou! O combinado era você passar a noite de sábado comigo! E eu não aceito você me deixar aqui sozinha nessa casa, não aceito! Você sabe que eu tenho pavor de ficar sozinha, ainda mais num bairro perigoso como esse!
Betto secou a boca com uma toalha e saiu do banheiro, sem pronunciar uma palavra sequer. Tirou sua camisa com rapidez, passou um desodorante nas axilas e vestiu o uniforme da pizzaria. Joana assistia a cena esperando que ele dissesse algo. Vestido, Betto, finalmente pôs sua ira:
- Está na hora de eu ser sincero com você, Joana. Eu estou de saco cheio de você e desse seu medo idiota. Medo de escuro quase todo mundo tem, mas você já é adulta. Precisa ficar na casa dos pais ou da amiga porque não quer ficar só em casa? Ora, por favor! Eu já não tinha paciência com você, mas hoje...
- Como assim não tinha paciência? Você sempre entendeu o meu medo!
- Entendia, mas pensei que fosse mudar ou que você fosse tentar mudar quando a gente viesse morar junto. Mas esse medo só piorou! E eu realmente achava uma idiotice esse seu medo de escuro, de ficar só, de não ver filme de terror sozinha... Mas eu gostava de você e achei que você fosse mudar. E, vou ser sincero mais uma vez, o seu pai nunca gostou de mim. Tive que ouvir todo tipo de insulto quando você não estava por perto, me humilhou várias vezes. Aí então eu coloquei como objetivo que iria tirar você daquela casa, tirar você dos seus pais, e nem precisei de muito esforço, não foi? Você mesma quis sair da casa deles.
- Mas você dizia que gostava de mim, que queria ter filhos comigo. – lembrava Joana, decepcionava com o novo Betto que estava conhecendo.
- E eu queria mesmo, mas você é que tinha e tem esse sonho doido de ter um filho. Louca por criança... Por mim tanto faz, desde que eu mostrasse para os seus pais que eu, o cara que eles tanto menosprezavam, conseguiria te tirar deles... Então, Joana... – Betto finalizava. A esposa o olhava embasbacada e soluçando. – Esse vai ser o seu teste: você vai ficar sozinha somente por duas horas. São dez da noite. À meia noite eu estou de volta. E eu não vou te deixar na casa de pai ou amiga porque você precisa aprender a vencer esse seu medo absurdo, está entendido?!
Definitivamente, não parecia ser o mesmo Betto que Joana conheceu e se apaixonou. Toda a sua paciência e carinho com ela se devastou em um segundo. Ele aguardou toda a raiva e desgosto e o jogou de uma só vez. A vontade de Joana era se separar dele naquele instante, mas não podia. Não queria. Ela o amava, apesar de toda a desilusão. Não queria voltar pra casa dos pais e ouvir um “Eu te avisei!”. E tinha medo do que pudesse acontecer com ela. Medo. Sempre o medo.
- Vá. Pode ir. Eu me viro. – Joana foi firme. Betto a beijou na boca, mas ela se esquivou. Com o capacete nas mãos, o marido saiu e bateu a porta. Ouviu-o trancando a fechadura da porta da frente. Joana estava sozinha.
O barulho do motor da moto de Betto anunciou que ele ainda estava por perto. O ronco se diminuía com a distância e Joana se sentiu, então, inteiramente sozinha. Trancou a casa e correu para a televisão. A TV a cabo conectada, ligou no canal de áudio e escolheu a música mais agitada que tinha. A música estaria ligada, logo, ela não se sentiria tão solitária. O som seria a sua companhia. Ou assim ela pensava, para se tranquilizar.
Para se sentir mais à vontade, Joana encheu a taça de vinho e a bebeu de uma vez. Encheu-a e de novo tomou num gole. A sua cabeça girou e ouvia o som da música estourando. Guardou o vinho e lavou a taça com dificuldades. Os dois goles de vinho a deixaram tonta. Porém precisava de algo para lhe tirar o medo e a tensão. Só não apagou a raiva que sentia de Betto. Jogou-se na cama, agarrada ao travesseiro, com seu celular ao lado, e segurou o choro. Odiava ficar sozinha. Tentaria dormir cedo para não ter que passar por isso. O sono veio num golpe graças ao vinho ingerido sem moderação. Joana desabou de sono.

A cabeça de Joana martelava de dor. O suor de seu corpo grudava na sua blusa. Estava de olhos abertos, mas tudo ainda estava escuro. E quase em silêncio, se não fosse pela chuva que caía lá fora. A música animada que ela selecionou para descontrair o medo não estava mais tocando. Joana piscou repetidas vezes, mas estava tudo um breu. A escuridão invadiu sua casa. A energia elétrica deve ter entrado em pane, de novo. Foi uma péssima hora para a cidade entrar em um apagão. Joana tocou no celular para ver a hora. Dormiu por uma hora exata. O calor e a escuridão se uniram para fazer companhia a ela. Péssimas companhias.
As velas e lanternas estavam na cozinha. Joana ficaria no escuro, trancada no quarto, mas não andaria sozinha pela casa naquela escuridão nem por todo dinheiro do mundo. Ela poderia por música em seu celular como artificio para não se sentir totalmente em solidão, porém tinha medo de esgotar a bateria do aparelho. Teria que aturar a solidão, o silêncio e o escuro. A chuva que espancava a cidade era seu único contato com o sereno. Joana tinha vontade de estrangular Betto por deixá-la sozinha, mas não o telefonaria, nem para ninguém. O medo seria enfrentado e derrotado. E se separaria de Betto assim que ele voltasse, amando-o ou não. Amar-se, acima de tudo.
“Número não identificado” apareceu na tela de seu celular. Começou a tocar e vibrar. O coração de Joana deu um reboliço. Era como se a chuva tivesse entrado no quarto. Ela jamais se sentiu tão sozinha e tão amedrontada. A única alternativa que restava era atender o celular. O toque a paralisava de pavor.
- Alô?!
Mudo.
Nada. Ninguém respondeu. Também não desligou. Joana repetiu o “Alô”. Sem resposta. Irritada, desligou. Pegou o cobertor e se escondeu por baixo dele, tentando dormir outra vez. Mas o celular tocou. Benzeu-se e atendeu:
- Alô?... Alô?! DIZ LOGO ALÔ, PORRA!
E desligou.
O barulho da chuva não era forte o suficiente para abafar o som que ouviu do lado de fora do quarto. Era som de madeira. Som de madeira sendo pisada. A casa estava toda trancada. Ouviu Betto trancá-la quando saiu.
- Betto? Você já chegou?
Mais uma vez ouviu. Os passos eram ligeiros. O coração de Joana tremeu junto com todo o seu corpo. Poderia ter alguém do lado de fora ou não poderia ter ninguém. Ela não sairia para descobrir quem andava pela casa. Não poderia ser Betto, ou teria ouvido o barulho da moto. Ou a chuva o abafou?
- Beto? Be...
Joana sentiu um vento por debaixo de sua porta. Todos os membros de seu corpo se enrijeceram. Seus pelos se eriçaram e a boca tremia de frio, apesar do calor penetrante. E... Teve a sensação de que algo havia entrado no seu quarto. Talvez uma barata, poeira, um mosquito ou... Nada. Fosse apenas o medo. Usou a luz do seu celular para iluminar o chão e tentar descobrir o que havia. Encontrou um pedaço de papel branco e dobrado. Joana varreu a casa naquela tarde, o chão havia ficado impecável.
Com as mãos trêmulas, pegou o pedacinho de papel. A iluminação do seu celular facilitou a leitura:

“NÃO FIQUE COM MEDO, GAROTA. SERÁ AINDA PIOR”.

Joana deixou cair o papel e se jogou na cama, aos prantos. Tentava conter o choro com o travesseiro, mas o sofrimento era ainda maior. Quando Joana se uniu a Betto traçou planos de estar ao lado dele todas as noites, nas madrugadas mais tenras e chuvosas, abraçada ao seu grande amor. E não agarrada ao travesseiro, sem energia elétrica, sozinha, com um desconhecido – provavelmente um bandido – rondando a sua casa e ainda com um bilhetinho por debaixo da porta. Foi a pior de todas as noites. Sentiu falta de seus pais, seus amigos. Sentiu falta de se sentir segura. Pela pior noite que estava tendo, teve vontade de matar seu marido, que seria ex assim que ele voltasse. Queria-o longe.
A chuva parou. Mas por um único minuto. O som do relâmpago trovejando a encolheu na cama e foi abraçada pelo medo. O quarto estava fechado, ninguém entraria. Mas a maçaneta girava. Lentamente. Mas girava. Joana afogou a cabeça no travesseiro e se cobriu por completo com o cobertor, como se pudesse se proteger de toda e qualquer pessoa. Era uma forma de fingir que se sentia segura. Mas não estava segura, não quando sentia um toque frio no seu ombro.
- Joana? Joana?!
Joana se sentou na cama, apavorada. O corpo tremia e suava. O rosto fundo jorrava lágrimas e seus lábios estavam roxos. O quarto estava com a lâmpada ligada, a música agitada tocava e se ouvia fracos pingos de chuva. Betto estava na sua frente, com o controle da TV nas mãos, diminuindo o volume do canal de músicas. Ainda faltavam quinze minutos para a meia noite.
- Me conta o que houve. – ele pediu, ao sentar ao lado da esposa, aflito. Depois de ouvir tudo, deu uma risadinha e disse: - Isso foi só um pesadelo. Você cochilou. Foi só isso, Joana.
- Não foi um pesadelo. Foi real!
- Ai, ai. Isso que dá ser tão medrosa. – zombou, levantando-se da cama.
Joana também se levantou, vestiu um casaco, pegou sua bolsa e, com ódio, avisou ao marido:
- Agora quem cansou fui eu, Betto. Tchau. – e saiu do quarto batendo o pé.
- Para onde você vai?
- Vou embora, Betto! Vou embora!
- Mas...
- Mas, o cacete! – bradou, com sentindo o frio vindo de fora, passando pela porta da sala. – Você foi trabalhar e me deixou aqui em casa, sozinha, com um monte de esquisitice acontecendo!
- Mas foi um pesadelo!
- E depois de tudo o que eu ouvi você quer que continue dormindo da mesma cama que você?! Não. Eu vou embora e não me siga!
- Para com isso, Joana. Todo esse drama por causa de um pesadelo?
Joana voltou até o quarto, em direção ao chão. Só uma coisa poderia provar que ela não tinha sonhado. E encontrou. Entregou ao marido o bilhete dobrado, mas ele não entendeu nada.
- Jô... Não tem absolutamente nada escrito aqui.
Era verdade. Joana pegou o papel dobrado. Estava em branco.
- Vai ver foi o que sobrou da varrição.
- Esquece. Me esquece! – jogou o papel no chão. – Não vem atrás de mim! - E saiu correndo pela rua afora. Joana não se atreveu a abrir os olhos. Corria atormentada, ignorando o grito de Betto. Pôde ouvir o ronco da moto, mas a ignorou. Dobrava em ruas que não conhecia apenas para fugir dele, ouvindo sussurros de estranhos, buzinas, música alta. Seus pés ardiam de dor e pediam para descansar, porém seria mais forte. Seria mais forte que seu cansaço e seu próprio medo, que tanto a dominou. Joana não descansou seus pés. Corria. Corria. Corria. Ela fugia para não ter que ficar sozinha com Betto e sem ter noção do caminho que estava pegando, mesmo com os olhos já abertos. Fugia para ficar sozinha. Tudo o que ela queria era ficar sozinha.
O cansaço, por fim, falou mais alto e ela decidiu parar. Estava numa calçada de fraco movimento, em frente a um semáforo de uma única cor, a amarela. Algumas esporádicas motos corriam aceleradamente. Um trecho da cidade, em pleno sábado à noite, decidiu dormir cedo. Não se distanciou muito da casa onde morava com Betto, seu, agora, ex-marido. Ela era praticamente a única pessoa naquele frio urbano. Joana conseguiu ficar sozinha. E o medo ao seu lado. Ela iria atravessar a rua e tentar chegar a casa de seus pais, ainda que demorasse a encontrar o caminho certo.
- Moça... Moça... – uma voz infantil a chamou, assustando-a.
Um garotinho moreno, de camisa azul e um boné virado para trás a cutucou. Joana tremeu de susto. Mas era apenas uma criança de rua. Não podia sentir medo. Ele iria pedir dinheiro, desconfiava. E Joana lamentou ao lembrar que não levara nenhuma moeda consigo.
- Oi... – Joana, mais calma.
- Tome. É para você. – e o garotinho entregou uma flor a ela.
- Obrigada.  – aliviada. Era uma rosa vermelha. Mas o vento a amoleceu como um sopro fúnebre e a rosa se transformou em um papel vermelho, murchado e todo amassado. O seu verso, no entanto, era branco, com a escrita:

“NÃO FIQUE COM MEDO, GAROTA. SERÁ AINDA PIOR”.

O garotinho sorria sem medo, sem tremor. A audácia dele e a risada que saia devagar de sua boca fez Joana recuar. Ela dava passos de ré enquanto o menininho se aproximava dela. Chegou até o outro lado da rua. Seus olhos foram tapados violentamente, seus braços foram puxados e amarrados para trás, quase contorcidos. Ela tinha dúvidas, mas suspeitava, pelo perfume, quem a segurava.
- Be... Be...
- Eu falei que não era para você ter medo! - sussurrou, quase sibilando. 
E Joana se calou. As costas ardiam como fogo. Sentia um líquido quente derramando na costa e descer na coxa. Ouviu uma gota encostar na calçada. Mais ardência fincava mais acima, com um empurrão. E na nuca. Joana não tinha mais forças. Os olhos ainda estavam abertos, porém assim que os fechasse seria para não abri-los nunca mais. Não teria mais forças. Um cheiro forte invadiu suas narinas. O mesmo cheiro que sentia todas as noites antes de dormir e enquanto dormia. Recebeu juras de amor abraçada e acalorada desse mesmo perfume.
- Eu avisei que morando comigo você perderia esse medo idiota. Não falei?
- Be... Beto...
- Mulheres medrosas me deixam louco, sabia? Louco! – e a nuca de Joana sentiu a fincada com mais ardor. A fraqueza escorreu em suas veias.
- Eu avisei para você não ter medo... – Joana sentiu a pontada afiada mais abaixo de sua nuca.

Os olhos de Joana se fecharam. E ela foi amordaçada pelo seu próprio amor e sufocada pelo seu próprio medo. 

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Novos contos a partir de janeiro de 2017. Agora vou me dedicar a uma nova história, cujo seu desenvolvimento me exigirá toda a atenção. Se gostou, deixe seu comentário ;)

Comentários

Anônimo disse…
Queria que Joana derrotasse o medo e desse uma lição no Beto! Haha... Mas em comemoração ao Halloween, não poderia ter um final diferente. Arrassou! Esperando os próximos contos pro ano que vem.Cris Acioli de Freitas.
Um final bem inesperado, com suspense e sustos bem dosados
Incrível!
O que foi aquele menininho de rua no final?
Caraaaa me arrepiei XD
E Betto revela-se um psicopata do mal
Adoro contos com reviravoltas assim
Parabéns!!!!
Anônimo disse…
Sentia medo de tudo, menos do que realmente deveria ter! Gostei meu primo, parabéns! Irá

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